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Varizes

As varizes são alterações vasculares corriqueiras, acometem grande parte da população, e devem ser tratadas personalizadamente, pois são causadoras de baixa qualidade de vida, afetando desde aspectos estéticos, podendo provocar dor, queimações, inchaço (especialmente ao redor do tornozelo), sensação de pernas “cansadas” e, em casos mais graves, há o aparecimento de feridas (úlceras) , e podendo até mesmo ser causa indireta de morte.


Dentre as opções do tratamento das varizes existe a escleroterapia, conhecida popularmente como “aplicação”, que consiste na injeção de medicamentos chamados de “agentes esclerosantes” dentro dos vasinhos doentes que faz com que eles sequem e, posteriormente, sejam absorvidos pelo organismo.


Vários recursos foram desenvolvidos para otimizar e tornar esse procedimento mais agradável. Um deles torna a técnica menos dolorida, é caso do resfriador de pele, que emite um “ar gelado” sobre a área tratada durante o procedimento, com o objetivo de diminuir temporariamente a sensibilidade à dor e minimizar o desconforto do paciente.


Este procedimento permite o tratamento dos vasinhos e varizes de forma menos invasiva, sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica, por isso, é feita na própria clínica.

Complicações das varizes quando não tratadas

As  complicações relacionadas à doença das varizes nas pernas vão depender do grau de comprometimento e se existe ou não doenças nas veias safenas. Vale lembrar que nós temos duas safenas em cada perna: uma veia mais extensa (chamada veia safena magna) e  uma menor ( veia safena parva).

Nas fases mais iniciais, surgem dores  e inchaço nas pernas, especialmente no final do dia . A insuficiência  venosa, quando evolui de grau leve para moderado, provoca piora desses sintomas. Manchas escuras surgem acompanhadas de prurido (coceira), crises de eczemas (inflamações), processos que simulam reações alérgicas e celulites crônicas (inflamação do tecido gorduroso).

A médio e longo prazo, os tecidos adjacentes vão sendo afetados e traumatizados, principalmente pele e tecido gorduroso, e em últimas instâncias, a circulação linfática.

A  pele vai se tornando cada vez mais afinada e sensível, com pequenas lesões que facilitam a entrada de bactérias causadoras de erisipelas. A partir desse estágio, surgem as complicações graves, pois as erisipelas provocam as linfagites e o comprometimento dos vasos linfáticos, trazendo o linfedema e causando deformidades e cicatrizes. Além disso, surgem os episódios de tromboflebites: Trombose dentro das varizes que causam inflamação no local com dor, vermelhidão e “febre local”.

Em últimas instâncias, podem surgir úlceras varicosas que são feridas nas pernas de difícil cicatrização e a trombose venosa profunda, esta última, sabemos que  pode cursar com a embolia pulmonar.

As varizes voltam?

Uma das perguntas mais frequentes dentro do consultório de um cirurgião vascular/angiologista é se as varizes voltam após o tratamento que as fizeram desaparecer. A resposta mais adequada para essa questão é: “As varizes, quando são bem investigadas e tratadas adequadamente, não voltam. O que acontece, normalmente, é o surgimento de outras varizes ao longo da vida.”

O principal fator desencadeante que leva ao surgimento das varizes é a genética, portanto, não há como mudar a tendência de uma pessoa desenvolver as varizes , por mais que ela tenha tratado o problema. Ao realizar qualquer tratamento para varizes, são tratadas as veias que não estão funcionando bem naquele momento. As veias que estão com funcionamento e aspecto normal, permanecem na perna e não necessitam de tratamento, porém, podem se transformar em varizes no futuro, caso os fatores desencadeantes para o aparecimento da doença varicosa permaneçam atuando. Os fatores que  influenciam no aparecimento das varizes, além da predisposição genética, são as alterações hormonais e a hormonioterapia (anticoncepcionais e  reposição hormonal), ficar em posição pé parado ou sentado por longos períodos, excesso de peso, sedentarismo e gravidez.

A pessoa que tem tendência ao aparecimento de varizes consegue, controlando os demais fatores, evitar ou pelo menos retardar o reaparecimento de novas varizes após o tratamento.

Portanto, podemos concluir que, se aquelas veias varicosas não forem tratadas, posteriormente a pessoa apresentará aquelas mesmas e outras que surgirão com o tempo, possivelmente com complicações das primeiras. O tratamento deve ser diligente ao longo da vida.

Em algumas situações, o tratamento inicial pode não ser adequado porque não foi realizado por profissional habilitado e isso comprometerá o resultado a curto e médio prazo. Neste caso, o que ocorre geralmente, é o tratamento incompleto. Por exemplo, a paciente apresentar veias nutrícias, que alimentam os vasinhos de coxa e perna, e ser realizado somente aplicação dos vasinhos. Ou seja, trata-se a consequência, mas o vaso nutridor principal continua ali alimentando aqueles vasinhos na mesma área. Por conseguinte, esta paciente apresentará novos vasinhos em um curto intervalo de tempo.

Já é bem estabelecido a maneira de estudar cada paciente, para permitir ao especialista indicar o melhor tratamento que se adequa a cada tipo de caso. Isto envolve todas as fases de avaliação da paciente, desde a conversa inicial (a motivação da paciente em se tratar), a intensidade da doença, os danos e riscos causados pela presença das varizes, em seus mais variados graus,  o desejo estético e limitações de cada caso. Uma conversa franca e rica de explicações é a base para um bom tratamento, que deve encontrar um denominador para o caso em questão. Apesar de envolver certa complexidade, o especialista é capaz de construir juntamente, com seu paciente, o melhor caminho a ser escolhido, com base na grande quantidade de informações e estudos de qualidade disponíveis na literatura científica.